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#12 Valorização das diferenças e a busca pela diversidade

Atualizado: 14 de jan. de 2022

Graças a um mundo hiper conectado e a horizontalização das relações nas redes sociais, as pessoas estão cada vez mais organizadas para exigir das empresas, poderosos atores sociais, que se manifestem e se posicionem sobre todo tipo de pauta social.


De #Blacklivesmatter a posicionamento durante a pandemia. O caso mais recente foi do Spotify e Deezer retirarem do ar todas as músicas do DJ Ivis depois de virem a público vídeos no qual agride por várias vezes sua ex esposa. O DJ foi preso poucos dias depois.


Só que essa necessidade de se posicionar não é só para o mercado, é papel da liderança atender a essa demanda internamente na organização. E o primeiro passo da liderança é reconhecer que, como todo problema estrutural numa sociedade, este também existe dentro da empresa e que, portanto, não existe exatamente igualdade de condições entre as pessoas ali dentro.


Essa nova percepção a respeito de igualdade coloca em xeque um dos principais conceitos utilizados para gestão de equipes de alta performance: a chamada meritocracia.

Não que as empresas devam deixar de premiar e valorizar seus colaboradores que tenham mérito para tanto, ou seja, aqueles que atingem resultados acima do esperado e acabam fazendo grande diferença para o negócio. O fato é que a ideia de que as pessoas devam ser avaliadas e valorizadas considerando que todas partem do mesmo ponto de partida é absolutamente falha e, por consequência, injusta por definição.


Fazer gestão com foco em diversidade não é só ter um código de ética, tem que ser cultural para produzir resultados de longo prazo e efetivamente incluir os minorizados. Ter e atuar respeitando um código de ética é um importante e pode ser o primeiro passo para a construção da cultura de diversidade. O código de ética vai servir como base e como norte para uma compreensão prática das "regras do jogo" vigentes na organização.





Já a cultura, que é muito mais comportamental do que documental, é o que vai ditar os rumos e tomada de decisão em todas aquelas questões que eventualmente não estão explícitas no código de ética e que vão balizar o jeito de funcionar de cada grupo. Cultura é exatamente esse jeito de funcionar do grupo, independente de estar documentado ou não.


Para a liderança se aprofundar na questão é preciso entender quais são as métricas necessárias para se acompanhar e recorrer na tomada de decisão levando em consideração o contexto específico de cada negócio e cada equipe.


Qual a relação entre as médias salariais das pessoas brancas e pretas na organização? Qual a relação entre as médias salariais de homens e mulheres na organização? Qual o percentual de pessoas pretas, de mulheres, de LGBTQIA+ em posições de liderança? Qual a relação entre os percentuais de contratação de pessoas em estágio ou primeiro emprego egressas do sistema público de ensino e egressas de escolas particulares?


Uma liderança que busca diversidade não é aquela que no Dia Mundial da Diversidade prepara um post no Instagram, mas que em todos os outros dias coloca prioridade em construir um grupo que represente cada vez menos as distorções sociais estruturantes que conhecemos.


Nos vemos no próximo aprendizado!

Fula - Sócio e cofundador da Akasha

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